terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pilriteiro que dás pilritos...

Assisti ontem, pela primeira vez, a uma sessão pública do executivo camarário, as quais se realizam na última 2ª Feira de cada mês e em que qualquer pessoa pode participar. Esta é uma das poucas oportunidades que os caldenses têm para exercer uma verdadeira cidadania participativa e o escrutínio democrático do poder autárquico eleito. No entanto, só compareceram cidadãos ligados ao MVC - Movimento Viver o Concelho e um empresário da sucata que, ao ver os assistentes, se intimidou e desistiu de colocar a questão que trazia aos vereadores. Da comunicação social local, apenas um rádio-jornalista da Benedita (?!).

Sem surpresa, constatei que nada de realmente importante se analisou e decidiu (p.e. a situação do Hospital Termal ou da Lagoa de Óbidos), ficando a impressão de que se evita trazer temas "quentes" ou discutir abertamente as questões nestas sessões públicas (p.e. a deslocação que o edil caldense fará no dia 30 a Viseu, para se reunir com a Visabeira). Quanto aos assuntos correntes tratados, grande parte deles não mereceu o devido estudo e fundamentação, deliberando-se de forma subjectiva e superficial (p.e. as rendas dos quiosques da Foz do Arelho ou a cor da pintura de uma vivenda). Enfim, um bom exemplo do que não devem ser as reuniões de um executivo camarário.

Ainda assim, apresentou-se um cadastro dos terrenos e empresas da zona industrial, bem como imagens do estado de degradação em que se encontram os pavilhões do Parque, assuntos recorrentes que já deviam estar resolvidos há muitos anos. Decidir? Está quieto! As expressões mais escutadas, em três horas de reunião, foram "estamos preocupados", "temos de reflectir", "é preciso identificar", "vamos fazer uma proposta", "está a ser preparado", "vamos trabalhar", "estamos a pensar", "no futuro" e "não se consegue fazer de um dia para o outro". Lembrei-me da expressão "Pilriteiro que dás pilritos, porque não dás coisa boa?"



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