quarta-feira, 30 de julho de 2014

127. Praça dos Nabos

É rir com a ironia, para não chorar.
Segundo rumores que correm na cidade, a opinião pública caldense prepara-se para enviar à autarquia um requerimento solicitando a mudança do nome PRAÇA DA FRUTA, para PRAÇA DOS NABOS.
A mudança. segundo os promotores da iniciativa, justifica-se pelo facto de a regeneração urbana naquela emblemática Praça (e um pouco por toda a cidade), estar a ser feita por pessoas com os atributos funcionais daquele simpático tubérculo, o que explica o sucessivo adiamento dos prazos de conclusão das obras e, provavelmente, a derrapagem do orçamento inicialmente aprovado.
Como se sabe e todos dizem, as consequências são muito gravosas para a vida económica e social da cidade e do concelho, não se assumindo a responsabilidade pelos prejuízos sofridos pelos comerciantes, habitantes e visitantes, não das obras em si, mas do seu absurdo e inaceitável atraso.
Outra razão apontada, tem a ver com a necessidade de repor alguma justiça na toponímia da Praça, a qual tem privilegiado a FRUTA com manifesto prejuízo dos LEGUMES, podendo os NABOS (ainda houve quem preferisse BANANAS) ser considerados dignos representantes da horticultura caldense, uma vez que abundam na autarquia e já mostraram ter a capacidade de se conservar por longos anos, sendo até considerados uma INFESTANTE por alguns "detractores profissionais que só criticam mas nada fazem".
Assim, parece fazer todo o sentido homenagear os NABOS (e as NABIÇAS) caldenses, atribuindo temporariamente à mais prestigiada Praça das Caldas da Rainha o nome deste abundante e prolífero tubérculo municipal, até que novos protagonistas com atributos funcionais mais nutritivos, façam jus à tradição caldense e reponham o nome PRAÇA DA FRUTA.



segunda-feira, 28 de julho de 2014

126. Palhaçadagogia

Um político e, em especial, um autarca, tem de possuir algumas qualidades essenciais, entre as quais - 1) querer e saber escutar; e - 2) estar disponível e interessado na crítica. Se não tiver estas qualidades, por mais que possua outras, é um falhado e não tem qualquer futuro. Vem isto a propósito deste elucidativo post, o qual diz muito sobre o espírito com que se está na política e a atitude que se tem para com o pensamento divergente.


Basicamente, a mensagem implícita é: “Calem-se!”. Porque, reparem bem, a mensagem é dirigida por “quem faz algo” – e que, obviamente, por estar no executivo camarário tem a incumbência de fazer (muito, não apenas algo) – a “quem não faz nada” – que, como é lógico, por não estar no executivo camarário e ter a sua profissão, não tem a responsabilidade nem pode fazer, mesmo que quisesse, aquilo que compete aos incumbentes.

Feita esta análise, pouco mais haveria a acrescentar. No entanto, deixo aqui generosamente mais três pensamentos da mesma fonte (www.hospitalhacos.org.br) que talvez ajudem ao esclarecimento de quem publicou o primeiro.





sábado, 19 de julho de 2014

125. O político imperfeito

Não existem políticos ou governantes perfeitos, pela simples razão de que a perfeição não existe. A perfeição é uma utopia ou ideal que se prossegue, na ânsia e expectativa de melhorar processos, funcionando como incentivo à motivação de progresso e desenvolvimento, embora possa tornar-se contraproducente quando a crença na sua existência se torna um mito e se sobrepõe ao respeito por valores morais e éticos fundamentais. Tal acontece quando não se olha a meios para alcançar fins, por mais nobres que estes possam ser ou parecer. Na realidade, o que mais importa é a busca do equilíbrio e da harmonia, procurando sempre alinhar-se com a realidade, usando o bom senso e a inteligência.

Ora, se não existe perfeição, também não se pode exigir que alguém o seja, mesmo quando está em causa o desempenho de funções de elevada responsabilidade. Ser imperfeito é, pois, natural em qualquer pessoa, devendo tal ser reconhecido. Contudo, é a consciência desta limitação que deve levar os seres humanos a adoptar processos "à prova de erro" ("poka yoke", segundo os japoneses), procurando minimizar a sua ocorrência e/ou as suas consequências. Esta exigência é válida para qualquer indivíduo, tendo em conta os diferentes graus de responsabilidade.

Um político ou governante também não é, obviamente, perfeito. Mas deve ser humilde para o reconhecer, deve saber escutar as opiniões diferentes das suas, deve cuidar de não errar e de ser exemplo para a comunidade, deve ver a política e a governação como uma missão e um serviço (temporários), deve aceitar as críticas justas que lhe são feitas e procurar melhorar o seu desempenho, deve guiar-se por elevados padrões éticos e morais na sua actividade, deve prestar contas e assumir responsabilidades, deve ser justo e imparcial para com todos os cidadãos, sem amiguismos nem favoritismos, deve, em suma, procurar ser o melhor entre os melhores (ainda que não o seja completamente).

Um político ou governante comete erros, pela simples razão de que tem coragem para arriscar, decidir, agir. Só não erra quem nada faz, podendo também considerar-se que essa inacção é, ela própria e desde logo, um erro. Por isso, o que mais importa no erro não é o erro em si mesmo, mas as causas e as consequências do mesmo. Porque errou e não evitou o erro? Quem e quanto se pagou por esse erro? Estas são as questões que interessam e não podem ficar por respostas superficiais. Por mais desagradável e irritante que possa ser, é preciso que esses "porquês" sejam questionados repetidamente, para que se cave fundo e se vá à raiz dos problemas (técnica conhecida por "diagrama causa-efeito").



sexta-feira, 18 de julho de 2014

124. Imagem e responsabilidade

Pode um Presidente de Câmara permitir que a sua imagem apareça no Facebook fazendo publicidade a uma operadora de televisão por cabo?
Se não pode, porque o permitiu? Será ambição de imagem, ingenuidade publicitária, inexperiência de Facebook, imprudência de assessoria ou um pouco disto tudo?
Parece haver aqui uma certa leveza insustentável do ser...



segunda-feira, 7 de julho de 2014

123. Estavam de costas para a Rua da Estação quando inauguraram a Rotunda-Fonte das Rãs?

A Rua da Estação, uma das principais vias de acesso ao centro da cidade, foi recentemente intervencionada, tendo sido aberta uma enorme vala para substituição das condutas subterrâneas. Foram semanas de sacrifício dos moradores e dos condutores, atenuado com a promessa e a expectativa de mais valias 'a posteriori'.
Qual não foi o espanto quando se percebeu que a rua iria apenas ser remendada com alcatrão irregular sobre os buracos tapados, ficando por colocar um novo tapete de asfalto, o qual já antes era necessário e urgente.
Ainda por cima, esta rua desemboca na tão auto-elogiada rotunda-fonte bordalliana das rãs (ver última foto), inaugurada com pompa e circunstância no passado Sábado, a escassos metros desta vergonhosa conclusão das obras da Rua da Estação.
Mais uma vez se confirma que este "novelho" executivo camarário tem um conflito crónico com a competência, pois quase tudo o que faz (quando faz) é de fraco gosto, fraca adequação, fraca qualidade e fraca pontualidade. Depois finge espantar-se com as justas críticas daqueles que apelida de "detractores profissionais"...







quinta-feira, 3 de julho de 2014

122. Para memória futura

Decidiu a Câmara Municipal das Caldas da Rainha investir (ou gastar dinheiro?) em mais uma rotunda, junto à estação ferroviária, decorando-a com azulejos e peças cerâmicas de Rafael Bordallo Pinheiro. A ideia parece boa, mas todos sabemos como, de boas intenções, está o inferno cheio.
À semelhança do que já aconteceu no parque infantil recentemente construído em local próximo, é mais do que provável que também estas peças sejam roubadas ou vandalizadas, pois não se cuidou de conceber uma estrutura que impedisse este tipo de actos. Para a fábrica de cerâmica Bordallo Pinheiro, o negócio pode ser bom mas, para os contribuintes caldenses, pode vir a pesar-lhes seriamente no bolso.
Tudo porque, como aqui já se disse inúmeras vezes, este "novelho" executivo camarário tem um conflito crónico com a competência, pois quase tudo o que faz (quando faz) é de fraco gosto, fraca adequação, fraca qualidade e fraca pontualidade.

A inaugurar brevemente, que garantias de conservação e manutenção dá a Câmara para esta rotunda?