sábado, 27 de junho de 2015

178. Repavimentação da Rua da Estação

O relógio está em contagem decrescente...

NOTÍCIA DO "JORNAL DAS CALDAS"

Abaixo-assinado pede repavimentação urgente da Rua da Estação

Um abaixo-assinado subscrito por 80 pessoas foi entregue ao presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, em reunião pública do executivo, a pedir a repavimentação urgente da Rua da Estação. De acordo com o documento, a situação é contestada por moradores, comerciantes e prestadores de serviços com residência ou estabelecimento na Rua da Estação, porque se verifica o “estado de grande degradação em que se encontra o piso, que já se prolonga há muitos meses e desespera os condutores”.
02-06-2015 | Francisco Gomes
A rua está esburacada há vários meses
A rua está esburacada há vários meses
“O estado da rua danifica as viaturas que nela circulam e foi prometido, e não cumprido, que a Rua seria repavimentada aquando da intervenção na Avenida 1º de maio”, lembra o abaixo-assinado, que tem José Rafael Nascimento como primeiro subscritor.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, esclareceu que o executivo está a apurar verbas disponíveis para a repavimentação da Rua da Estação, contando executar a obra durante este verão.








NOTÍCIA DA "GAZETA DAS CALDAS"

Abaixo-assinado pede arranjo da rua da Estação

-> Publicado a 29 de Maio de 2015 .
Foi entregue na passada segunda-feira, dia 25, ao presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, um abaixo-assinado a apelar para a urgência da repavimentação da rua da Estação.
O documento foi entregue em mãos pelo primeiro subscritor, José Rafael Nascimento, e sublinha “o estado de grande degradação em que se encontra o piso desta artéria“, por onde circula uma grande parte do trânsito local na cidade.
O estado da rua danifica as viaturas que nela circulam“, refere o abaixo-assinado, que recorda que tinha sido prometido pelo executivo camarário que esta seria repavimentada depois da intervenção na avenida 1º de Maio.
De acordo com José Rafael Nascimento, o presidente da Câmara “esclareceu que o executivo está a apurar verbas disponíveis para a repavimentação da rua da Estação, contando executar a obra durante este verão“.  P.A.

... e ainda nada se vê.



177. Ética para que te quero

A propósito de uma recente conferência local sobre “Ética na Política”, julgo que vale a pena reflectir sobre o tema, não sem antes manifestar o desejo de que a referida conferência tenha sido proveitosa e possa produzir melhorias substanciais na qualidade da vida democrática do município. Afinal, é para mudar e desenvolver que o conhecimento deve servir. Gostei, especialmente, das referências feitas à necessidade de haver maior “transparência, zelo e moralidade”, de se “colocar o interesse colectivo acima dos interesses individuais e partidários” e de se “prestar contas e erradicar a corrupção, a mentira e a promiscuidade entre o interesse público e as vantagens particulares”. O conferencista reconheceu, segundo a imprensa, que hoje “as pessoas não acreditam nos partidos políticos” e que “a vida pública deverá voltar-se para a prática da cidadania, pois esta não se esgota na vida dos partidos”. Partindo destes pressupostos e acreditando que o orador não se estava a referir apenas ao proverbial “mal dos outros”, questiono-me se serão aqueles valores compatíveis com um poder hegemónico de tipo oligárquico que tende frequentemente a confundir o que ao Partido (que é de alguns) e ao Estado (que é de todos) diz respeito, ou seja, se pode um poder com sólidos valores éticos comportar-se como se fosse “o dono disto tudo”, preocupando-se mais em fazer “oposição à oposição” e defender a teia de privilégios, do que em assumir as elevadas responsabilidades para que foi eleito.
Como atrás se recordou, o património público é propriedade de todos e o seu benefício a todos pertence, exigindo-se respeito e rigor na aplicação de critérios equitativos e justos na sua repartição. Do ponto de vista ético (com ou sem tradução no texto legal), importa garantir que a escolha de fornecedores, a aquisição de bens e serviços, a atribuição de subsídios, a avaliação dos júris de concursos, a concessão de equipamentos municipais e a admissão de estagiários e funcionários, é isenta, baseada no mérito e feita com total probidade e transparência. O “Plano Municipal de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas” pretende dar força legal a princípios éticos fundamentais que todos os dirigentes autárquicos deveriam ter plenamente interiorizados e sempre conscientes (o tal “eticómetro” de que falou o conferencista). Como está este Plano realmente a ser cumprido e auditado? Porque é que, contra as recomendações do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), quase metade do valor dos contratos públicos continua a ser feito por ajuste directo, sem concurso? Porque é que o município está em 117º lugar no ranking da transparência municipal e caiu duas posições no último ano? Porque é que a comparação é sempre feita com os piores e não com os melhores?
Aprendi um dia que “a ética é a estética do comportamento humano” e, se há coisa essencial que se deve apreciar, é uma sociedade bonita, onde as pessoas se respeitam, se valorizam, se apoiam e desenvolvem mutuamente. Quem aprecia tal modelo ético de sociedade, não pode gostar de sectarismo, amiguismo e favoritismo, nem de tráfico de influências, corrupção e opacidade. Porque estes são comportamentos feios, tal como é feia a incompetência, o esbanjamento de dinheiro público e a impunidade. Falar de ética é falar de responsabilidade, da que se tem para com os outros e para consigo próprio, pois nada tem valor nem merece aprovação, nada deve contentar nem servir de justificação, se não for ético. Não cuidar devidamente das pessoas e das infraestruturas, não escutar opiniões diferentes e não valorizar o que elas têm de positivo, não revelar o que se faz e não defender o interesse e bem comum, não é ético. Ético é aquilo que é justo, que promove o bem comum e que a razão aprova, seja nas grandes acções ou nos pequenos actos da vida. Ético é o que o comportamento demonstra, não o que se arroga ou apregoa.
José Rafael Nascimento
jn.correio@gmail.com

(Publicado na Gazeta das Caldas de 26 de Junho de 2015)




terça-feira, 9 de junho de 2015

176. Movimentos de cidadãos independentes

Os movimentos de cidadãos independentes não são, nem querem ser, partidos. Não porque estejam contra os partidos (estão, sim, contra a partidocracia e a promiscuidade política que facilita a corrupção), mas porque ocupam um espaço próprio (e complementar) que a cidadania e a lei constitucional lhes atribuem.
Pela sua natureza, métodos e objectivos, os movimentos de cidadãos independentes são diferentes dos partidos. Nao se constituem sobre uma base ideológica clássica e rígida (do tradicional espectro esquerda-direita), não estão comprometidos com interesses corporativos ou poderes fáticos, não se regem por uma disciplina partidário-clubística e seguidista, e não visam impor à sociedade um modelo político fechado e condicionado pela sua ideologia.
Não sendo perfeitos nem imaculados, os Independentes defendem uma cidadania integradora e participativa de largo espectro ideológico, uma intervenção política ética e transparente que privilegie a responsabilidade e a primazia do bem comum, onde a criatividade e a inovação possam proporcionar novas soluções para os novos desafios que as sociedades enfrentam.
Os movimentos independentes, enquanto grupos de cidadãos eleitores, só existem a nível municipal, não lhes sendo permitido concorrer aos órgãos nacionais - legislativo e presidencial - e europeu. Contudo, os seus membros e dirigentes não deixam de ter nacionalidade e de gozar dos mesmos direitos que qualquer outro cidadão goza, sendo individualmente livres de apoiar publicamente a candidatura que entenderem escolher, não tendo de o esconder ou de fingir uma falsa imparcialidade. Pelo contrário, revelar apoio público a diferentes candidaturas (e de, eventualmente, envolver-se nelas), só demonstra, inequivocamente, o carácter verdadeiramente independente dos verdadeiros independentes (a redundância é intencional).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

175. Espaço público

Em Caldas da Rainha, o espaço público é cada vez mais um somatório de espaços privados, onde cada um faz o que quer, sem respeito pela liberdade e direitos dos seus concidadãos. Estaciona-se onde apetece, se necessário em segunda fila ou em cima do passeio. Passeia-se o cão sem trela e no parque infantil, não se apanhando os dejectos do animal. Coloca-se o lixo ao ar livre se o contentor estiver cheio, não se importando com a saúde pública e a imagem da cidade. Bebe-se cerveja na rua e largam-se as garrafas onde calha, partindo-as e espalhando os cacos pelo passeio. Tudo se estraga, tudo se desrespeita, como se não houvesse limite para os direitos e liberdades individuais. Em suma, uma cidade sem rei nem roque onde os problemas urbanísticos e ambientais se agravaram nas últimas décadas, revelando fraca capacidade para os prevenir e enfrentar.
Há quem prevarique por falta de educação ou consciência, há quem se aproveite da falta de fiscalização e punição, mas há, também, quem se inspire no desleixo e atabalhoamento da autarquia no que concerne à conservação e valorização do espaço público: permitem-se obras mal projectadas e executadas, ruas e passeios sujos e esburacados, equipamentos públicos degradados e perigosos, terrenos cheios de mato e entulho, arte escultórica avulsa e abandonada, ruído em horas de descanso, etc, etc. Porque é que a Câmara fecha os olhos aos “stands” automóveis ilegais em terrenos baldios? Porque permite a colocação de placards pirosos nas rotundas? Já chega de desculpas mútuas e passagem de responsabilidades, procurando-se convenientes bodes expiatórios. Todos têm de fazer a sua parte: a autarquia tem de mudar de atitude e organizar-se devidamente para dar resposta às necessidades do concelho, dotando-o dos recursos e processos apropriados; e os munícipes têm de ter mais respeito pelo bem comum, cumprindo as normas municipais e comportando-se correctamente para com os seus concidadãos.
O espaço público é o espaço de fruição comum que a todos pertence. É nele que circulamos, socializamos e partilhamos opiniões e sentimentos com quem habita, trabalha ou visita o mesmo espaço colectivo. É também no espaço público que “se forma a imagem da cidade, já que é por ela que os habitantes transitam e têm a oportunidade de observá-la e entendê-la” (K. Lynch). Quando degradado, o espaço público deve ser rapidamente intervencionado, para evitar a instalação de um ambiente de permissividade que conduz inevitavelmente a um nível superior de delinquência, insegurança e fraca qualidade de vida. Rudolph Giuliani, Mayor de Nova Iorque entre 1994 e 2002, demonstrou inequivocamente o sucesso desta estratégia, instituindo um sistema de informação que regularmente media a evolução de um conjunto de indicadores de gestão urbana, permitindo às autoridades definir prioridades e agir com grande eficácia.
Há alguns meses, sentindo que o espaço público era (e é) motivo de constante controvérsia e altercação – e não de harmonia e bem-estar da população –, alertei a autarquia para o problema da (in)sustentabilidade ambiental da cidade e do concelho. Sugeri, então, quatro acções fundamentais: a reestruturação e adequação dos serviços camarários e municipais; o desenvolvimento de campanhas de sensibilização cívica e ambiental; o reforço da fiscalização e responsabilização das infracções; e a realização de um estudo periódico de avaliação da opinião dos munícipes. Apesar da aparente concordância dos dirigentes municipais, nenhuma destas sugestões foi posta em prática, pois a maioria PSD só faz o que lhe apetece e despreza as opiniões de quem não é da sua cor política. E, no entanto, elas visavam apenas assegurar um mínimo de dignidade a Caldas da Rainha pois, em matéria de qualidade do espaço público, numa cidade que se quer de cultura, arte e design, é óbvio que a ambição e a competência deviam ser outras.
José Rafael Nascimento

jn.correio@gmail.com

(Publicado na Gazeta das Caldas de 05 de Junho de 2015)

  
Placa sinalizadora durante as obras na Praça 25 de Abril

Prédio abandonado na Cidade Nova

Rua da Estação

Av. 1º de Maio

Largo do Hospital Termal

Av. 1º de Maio (nota: a carrinha está estacionada)

Estacionamento sobre o passeio no Parque D. Carlos I

Venda de viaturas no espaço público

Placard comercial em sinal de trânsito