sábado, 5 de abril de 2014

108. Fraco rei faz fraca a forte gente

Caldas da Rainha já foi uma das cidades mais importantes do país, chegando a ser "o centro da vilegiatura em Portugal" (Ramalho Ortigão n'As Farpas, 1886), ou seja, o local onde grande parte da elite portuguesa passava o período de férias anual e, desse modo, se encontrava regularmente, sem necessidade de combinação prévia, tal como acontece actualmente com o Algarve. O Hospital Termal Rainha D. Leonor contribuiu decisivamente para essa realidade, a par de um comércio pujante e de eventos desportivos e culturais que foram sendo realizados nesta prestigiada cidade.

As últimas duas décadas marcaram, no entanto, indelevelmente, o declínio de Caldas da Rainha, em consequência de uma governação política inculta, incompetente e caciqueira, mais preocupada com a manutenção do poder pessoal de um personagem, de um partido e de uma elite, do que com a consolidação democrática e o progresso sócio-económico da população caldense, com a preservação do seu extraordinário património natural e cultural, e com a projecção externa da cidade e do concelho. Hoje, até algumas tabuletas que existiam nas estradas, a indicar Caldas da Rainha, desapareceram. E, se mais não definhou, tal deve-se apenas à extraordinária riqueza e ao enorme potencial que possuía.

Depois de perdidos muitos dos seus principais símbolos e proveitos (ver notícia abaixo do Jornal das Caldas), Caldas da Rainha enfrenta agora o declínio do Hospital Geral e a extinção do Hospital Termal, sem que se veja resposta firme e competente do executivo camarário (PSD), incapaz de defender os interesses fundamentais das Caldas e dos Caldenses. Pode dizer-se que Caldas da Rainha está sem liderança, entregues a uma equipa fraca e sem capacidade para enfrentar os graves problemas que o seu antecessor criou, adiou e legou. Pior, a actual liderança, com a sua incompetência e arrogância, está a agravar os problemas existentes e a criar novos problemas, como é o caso (gravíssimo) das obras de regeneração urbana.

Seis meses depois da sucessão dinástica que ditou um fraco rei, os cidadãos caldenses têm sobejos motivos para estarem muito preocupados.






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