terça-feira, 14 de outubro de 2014

148. Jornalismo de investigação

Não existe verdadeira democracia quando não é produzido jornalismo de investigação. É o trabalho de pesquisa dos jornalistas - que beneficiam de um estatuto especial de acesso e protecção das fontes - que permite à sociedade tomar conhecimento de práticas menos transparentes e compreensíveis, tanto a nível público como privado.
Ao nível local, os órgãos de comunicação social enfrentam dificuldades acrescidas, uma vez que o seu mercado de audiências e publicidade é diminuto, dependendo muitas vezes da boa vontade (se não mesmo da chantagem) das respectivas autarquias. Ainda assim, há meios e jornalistas que, com coragem, inteligência e sacrifício, se empenham neste tipo de jornalismo, contribuindo para o reforço e desenvolvimento da democracia nas suas comunidades.
Nas Caldas da Rainha, falta jornalismo de investigação. Só por essa razão, se não houvesse outras, falta democracia. Repare-se, por exemplo, que nenhum órgão de comunicação social local foi capaz, até ao momento, de detectar e divulgar que existe um “Plano de Prevenção de Riscos de Gestão, Incluindo os de Corrupção e Infracções Conexas” que está desactualizado e não é cumprido, deixando espaço aberto para a eventual ocorrência de situações de favoritismo e corrupção (ver http://detantoestarem.blogspot.pt/2014/10/147-o-plano-anti-corrupcao-da-autarquia.html). Não é coisa menor, concordarão todos.
Os leitores da Gazeta das Caldas e do Jornal das Caldas, bem como os ouvintes da Rádio Mais Oeste, assim como os deputados municipais e a sociedade caldense em geral, devem incentivar e exigir que se faça jornalismo de investigação, não para perseguir ou lançar suspeições sobre esta ou aquela entidade, mas para colocar na agenda mediática e política os assuntos que interessam verdadeiramente à cidade e ao concelho.





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