sexta-feira, 10 de outubro de 2014

144. Água mole em pedra dura

A minha intervenção na última sessão da Assembleia Municipal de Caldas da Rainha (30.09.2014).
É água mole em pedra dura, demasiado dura e que dura em demasia. 30 anos não é muito, é demais. De tanto estarem...
Com muita resiliência e, até, com algum espírito missionário e paciência oriental, lá se vai tentando penetrar cabeças duras, questionar interesses instalados e enfrentar uma gravíssima partidarite (PSD) em estado terminal...
Com a certeza de que um dia, talvez mais cedo do que tarde, esta autarquia vai mudar e os caldenses vão poder ser mais felizes.

Notícia da Gazeta das Caldas (10.10.2014)


Senhor Presidente da Assembleia Municipal,
Senhor Presidente da Câmara Municipal,
Senhores Vereadores,
Senhores Deputados,
Caros Concidadãos,
Venho fazer uma breve intervenção, de carácter geral, sobre a questão ambiental e de sustentabilidade de Caldas da Rainha. Do meu ponto de vista, este e outros temas de primeira importância e estruturantes do desenvolvimento da cidade e do concelho, deveriam fazer parte, com prioridade, da Ordem de Trabalhos das Sessões Ordinárias da Assembleia Municipal.
Todos sabemos dos problemas existentes em matéria de obras públicas, pavimentação de ruas e passeios, e escoamento de águas pluviais. Todos conhecemos os problemas de circulação e estacionamento, sinalização horizontal e vertical, e recolha de lixos. Todos notamos as carências em matéria de conservação e recuperação de edifícios e equipamentos, valorização do património natural e edificado, e promoção do investimento e do emprego. Julgo ser desnecessário dar exemplos, uma vez que eles são abundantes e sobejamente conhecidos.
Importa saber o que está efectivamente a ser feito, ou se pretende fazer, em cada um destes domínios, numa óptica de prevenção, correcção e aproveitamento sustentável. Na minha opinião, é urgente actuar, de forma estrutural e integrada, em quatro vertentes:
1º Reestruturar e reorganizar os serviços camarários e municipais, capacitando-os para uma intervenção rápida, planeada e eficaz. As falhas existentes são, sobretudo, de natureza organizativa e de gestão, o que não deixa de responsabilizar a liderança autárquica, antes pelo contrário;
2º Desenvolver campanhas de sensibilização sócio-ambiental, com vista a reforçar a consciência cívica e promover as boas práticas cidadãs. Cada um e todos os munícipes devem ser chamados a contribuir, activamente, para a manutenção da sua cidade limpa, cuidada, harmoniosa e coesa;
3º Exercer uma fiscalização e responsabilização mais efectiva e transparente, a todos os níveis. As entidades autárquicas e municipais com a incumbência de preservar o ambiente físico e social, devem cumprir o seu papel e agir com prontidão, competência e determinação, implementando-se uma efectiva prestação de contas e assunção de responsabilidades;
4º Realizar, anualmente, um estudo de opinião, independente e credível, o qual permita avaliar a satisfação dos munícipes e recolher os seus comentários e sugestões, em matéria sócio-ambiental. Esta é, também, uma forma de envolver os cidadãos na conservação da sua cidade e de os sensibilizar para as questões ambientais.
Não nos podemos conformar com a situação que vivemos. Temos de ser capazes de criar melhores condições ambientais e de sustentabilidade que, por um lado, reduzam os custos de contexto dos que já cá vivem, trabalham e produzem, e, por outro lado, atraiam novos investimentos e novos habitantes. Aprendamos com os bons exemplos da nossa História e com as boas práticas de outras cidades e concelhos, mais organizados, mais eficientes e com melhor qualidade de vida. Saibamos agir com humildade, com verdade e com inclusão, a bem da nossa comunidade.
Obrigado.


E como respondeu o senhor presidente da Câmara a esta intervenção? Como de costume: com justificações defensivas e adulteradas, desvalorizando as críticas e as propostas apresentadas, e fazendo promessas ocas e demagógicas.
Ou seja, o Dr. Tinta Ferreira persiste na arrogância e está-se completamente nas tintas para as opiniões e contributos dos outros, apenas aceitando a doce bajulação dos seus correligionários que, como todos sabem, "não dão uma para a caixa".
Os que não são da sua cor política, são apelidados caluniosamente de "detractores profissionais" que "só criticam e nada fazem". Como se tivessem a responsabilidade deles...
Assim se vê o sentido democrático e a dimensão patriótica do político responsável pelo destino de Caldas da Rainha. E da sua trupe partidária, parasita e caciqueira.


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